sábado, 28 de janeiro de 2017

ESPECIAL DAYTONA: 55ª Rolex Daytona 24hs nesse final de semana inaugura nova era

Tudo o que você queria saber sobre os novos Protótipos nas 24hs de Daytona e ninguém explicou

Texto: Carlos Lua
Fotos: Jay Alley /Motorsport.com, Art Fleischmann/Motorsport.com, Chris Jasurek/Epoch Times

Depois de inaugurado com o Dakar (tripleta Peugeot 3008DKR), o ano de 2017 teve no final de semana passado um Rally de Monte Carlo com o Ford Fiesta vencendo depois de quatro anos. Graças ao multicampeão Sébastien Ogier (ex-VW) e ao problema com Thierry Neuville (Hyundai i20 que vinha liderando). Digno de nota o 2º lugar na estreia do Toyota Yaris com Jari_Matti Latvalla, outro ex-VW.


Chega agora a hora das 24 Horas de Daytona que inaugura a nova era dos protótipos DP,  uma classe só na prova americana, mas na verdade representada por dois conceitos diferentes. Os DP só IMSA (USA) e os DPLM aqueles que valem para as provas europeias inclusive a coirmã 24 Horas de Le Mans.


Vamos entender: A FIA criou essa nova categoria baseada nos protótipos LMP2 que a partir agira de 2017 têm apenas quatro fabricantes autorizados a construir chassis: Dallara, Oreca, Onroak (leia-se Ligier) e Multimatic/Riley. Quando correm nas proas europeias todos devem usar o mesmo motor V8 aspirado, um Gibson (pronuncia-se “guíbsson”) que é a antiga Zytek. Já nas provas da IMSA nos Estados Unidos podem correr com essa configuração ou ter motores de diferentes, contanto que também suas carrocerias sejam ligeiramente modificadas para “lembrar de longe” os carros vendidos ao público. É aqui que entram a Cadillac, a Nissan e a Mazda, todos os três presentes em Daytona 2017. Isso só nas provas norte-americanas lembrem-se.


Vejam aqui abaixo nessa tabela como estão divididos esses protótipos que largam neste Sábado
  • Cadillac- Chassis Dallara,               Motor  Cadillac   V8 Aspirado 6.2 litros (3 carros)
  • Mazda -  Chassis Multimatic/Riley  Motor   Mazda     4 em linha Turbo 2.0 l (2 carros)
  • Nissan -  Chassis Ligier (Onroak)  Motor   Nissan   V6 Twin Turbo 3.6 l (2 carros)
  • Oreca/Multimatic/Dallara/Ligier    Motor  Gibson V8 Aspirado 4.2 l (3 Ore, 1 Mul, 1 Lig)

Cada um deles tem, supostamente, a mesma potência de motor (em torno dos 600HP). Como isso é possível com motores de características tão diferentes? Através do BOP (Balance of Power ou Equilibro de Potência) que é a maneira pela qual a IMSA compensa através de restritores e demais artifícios as performances.


Resta então uma responsabilidade muito grande para a qualidade dos chassis e o trabalho no túnel de vento (nas fotos, todas de ângulo parecido vocês notam as maiores diferenças entre eles).


E parece que o primeiro round quem ganhou foi a Dallara que colocou os três  Cadillac em 1º, 2º e 4º lugares para a largada. Os Oreca puros ficaram em 3º (patrocinado pelos relógios Rebellion exatamente na Rolex 24 Horas), 7º e último (um carro bateu antes da classificação). Os Nissan /Ligier fizeram 5º e 6º (em cada um deles um brasileiro, respectivamente Bruno Senna  e Pipo Derani). O Ligier puro em 8º, Os Mazda/Multimatic em 9º e 10º e o Multimatic puro em 11º. Mas como ninguém sabe quem foi que andou com acerto de classificação e quem não andou, fica a dúvida de como será na corrida.


Enquanto isso na categoria GTLM a Ford deu um banho e fez 1-2-3 deixando a Ferrari 488 GTE em 4º e os novos Porsche 911RSR (motor central agora) em 5º e 8º . As Corvette largam em 7º e 9º e as BMW  em 10º e 11º.


Na categoria mais numerosa a GTD foi a vez da Ferrari com a sua 488 GT3 fazer 1º (com um carro patrocinado por outra marca de relógios a Hublot) e 2º , deixando o Aston Martin Vantage em 3º, o Porsche 911 GT3 R (tradicional) em 4º, O Lamborghini Huracán GT3 em 5º, o Audi R8 LMS em 6º o Acura NSX GT3 em 7º, o Lexus RCF GT3 em 13º e o Mercedes AMG GT3 em 18º.


A briga vai ser grande em todas as classes e promete, vale acompanhar pelo site oficial (www.imsa.com) ou pela Fox Sports 2 que anunciou a transmissão para Sábado, das 17h às 20h e para Domingo, das 15h até a bandeirada final.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Dakar 2017 – Uma Análise Final


Winston Churchill tem uma frase que se encaixa perfeitamente nessa ocasião: "O Sucesso não é final, a falha não é fatal; é a coragem de continuar que conta de verdade"

Texto: Carlos Lua
Fotos: Dakar / DPPI

A 39ª Edição do Dakar terminou no sábado dia 14 e, podem ter certeza, a Edição 40 de 2018  já está nas mentes, pranchetas, planos, decisões e sonhos de muitos. Tomando como base, então, o que aconteceu nesse 2017 vamos fazer uma rápida coluna falando um pouco do que a Edição 39 ensinou.

O Percurso
A entrada do Paraguai e o maior número de etapas na Bolívia, mostrou que o Dakar pode (e deve, claro) ser sempre novo, diferente, ousado e impossível. A capital paraguaia foi uma bela anfitriã e nos deixa sempre com água na boca sobre o que seria um início (ou pelo menos uma rápida passada) por terras brasileiras. Uma festa bonita, sem dúvida, mas mais do que isso uma festa necessária para o Brasil entrar de forma definitiva nesse mundo de provas off road, como a Argentina fez. Com entusiasmo, participação popular e grande quantidade de participantes. Nosso Rally dos Sertões é ao mesmo tempo um exemplo e um impeditivo para que isso aconteça, seria ótimo achar um meio termo.

O Clima
As chuvas quase que conseguiram acabar com essa Edição 39 obrigando ao cancelamento de pelo menos duas etapas importantíssimas que na teoria muitos acham que teriam contribuído para os resultados finais. Inclusive tornaram mais duras as dunas percorridas o que facilitou a vida. Sinceramente não tenho a mesma opinião sobre esses cancelamentos, já que com certeza a Peugeot e os seus novos 3008DKR teriam mostrado mais uma vez sua superioridade.

Carros
4x2 ou 4x4? Essa é uma pergunta que há muito se faz no Dakar. É também um campo onde há muito se tenta encontrar uma forma para equilibrar as duas soluções. Neste 2017 resolveram dar um pouco mais de chance aos 4x4 com motores aspirados e aumentaram suas potências através do aumento dos restritores, buscando maior velocidade final. Mas nem isso foi suficiente para compensar os diversos dias passados no Altiplano Boliviano onde os motores turbo reinaram tranquilos.


Os 4x2 ainda continuaram sua maior facilidade de adaptação a terrenos variados e a Peugeot, mesmo tendo vencido de forma convincente em 2016, trouxe um carro praticamente novo, mais comprido entre eixos, mais equilibrado nos saltos e, mesmo com um motor um pouco menor (3.0 em vez de 3.2) com mais torque e um novo sistema de refrigeração dos freios (Brembo italianos) por ar em vez de água. Mais leve, menos massa não suspensa e melhor capacidade de freada. Esse conjunto todo sobrou face às Toyota de motor aspirado, mas de concepção ainda do ano passado e aos MINI que já atingiram o máximo do seu ciclo de vida.
Não podemos esquecer ainda que a Peugeot veio com 4 duplas oficiais de fazer inveja e claramente superior aos componentes da Toyota (que a rigor tinha apenas o Nasser Al Attiyah como candidato mais forte) e da MINI (que contava com Mikka Hirvonen como candidato) que alinharam quantidade com qualidade questionável.
Fica a boa apresentação da dupla brasileira Sylvio de Barros / Rafael Capoani que em um MINI não oficial e de uma geração ainda anterior chegaram a andar entre os 15 primeiros.
Faltou a presença do Robby Gordon que resolveu faltar exatamente no dia em que as condições do percurso poderiam ser favoráveis aos seus carros.

Motos
Nova vitória da KTM, muito mais em função da qualidade dos seus pilotos do que uma superioridade técnica que este ano estava mais para o lado da Honda que teria vencido com Barreda Bort (termonou em 5º) não fosse a penalização de quase uma hora sofrida. Já a Yamaha fez 4º, a sueca Husqvarna fez 7º, a indiana Hero em 12º e a francesa Scherco 13º. A maior novidade foi a primeira vitória de um inglês no Dakar em qualquer categoria, Sam Sunderland fez história e deu continuidade às performances esportivas inglesas que vêm surpreendendo desde os Jogos Olímpicos do Rio e ã liderança de Murray no tênis.


Dos nossos brasileiros apenas Richard Fliter de Honda chegou ao final em 59º lugar na geral. . Para quem largou em 159º e era estreante, podem considerar que foi um belo feito.

Quadris
Já nessa categoria a Yamaha reina suprema há anos e não dá sinais de "largar o osso". O Brasil começou bem com uma inédita vitória de especial na categoria por obra de Marcelo Medeiros que depois acabou abandonando. Mas o início deu para animar e vai contar pontos para um Dakar um pouco mais brasileiro no ano que vem.


SUV
Na estreia como categoria separada dos carros os Polaris foram absolutos. Mas de uma maneira geral a categoria ainda tem muito trabalho pela frente. Não só eram os mais lentos de todos os veículos como tiveram um índice de quebra muito grande co apenas 5 dos 10 inscritos chegando ao final. Parabéns à dupla brasileira Leandro Torres / Lourival Roldan (Leandro e Lourival no mais puro espírito country foram sensacionais e até uma quebra de suspensão não os derrotou) que deram ao Brasil a primeira vitória em um Dakar. Quem sabe era isso que faltava para animar o país e fazer o Dakar um pouco mais brasileiro em 2018.


Caminhões
A batalha mais uma vez foi vencida (1º e 2º) pela KAMAZ (os tártaros, maiores fabricantes de caminhões na Rússia) pela 14a vez, um recorde difícil de ser alcançado. Seus maiores adversários os IVECO (vencedores em 2016) ficaram em 3º e 4º. Os dois primeiros este ano eram modelos "cara chata" batendo os "bicudos" vencedores de 2016, com a IVECO. Questão de visibilidade e distribuição de peso entram na balança para decidor a configuração e a discussão vai longe.


Geral
No geral mais uma edição memorável, fascinante de acompanhar e ainda mais fascinante, certamente, de participar. Mais um punhado de histórias típicas do Dakar que entram sem cerimônia para o imaginário das competições a motor. Mais um Temporada de competições que é inaugurada com o estrondo devido. Por aqui vamos continuar acompanhando as provas do Mundial de Cross Country e outras provas interessantes onde tecnologia se mistura com talento e emoção, nessa receita sem falha para quem já gosta de para quem ainda vai gostar de competições a motor.

Final Todos os Carros


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Dakar 2017 - Etapa 11

Loeb ganha mais uma especial. Peterhansel, praticamente, mais um Dakar!

A 11a Etapa disputada na 6a feira 13, entre San Juan e Río Cuarto foi dominada mais uma vez pelos Peugeot 3008DKR, que mantêm o 1-2-3 na Geral

Texto: Carlos Lua
Fotos: Dakar / DPPI

"Liberté, égalité, fraternité" Nada melhor do que essa frase que essa frase que se tornou símbolo do 14 Juillet (14 de julho, dia do início da Revolução Francesa em 1789) para descrever o clima da batalha pela vitória nesta 39a edição do Rally Dakar. Liberdade para os pilotos da Peugeot lutarem até o final, Igualdade de equipamento e condições e, principalmente , um clima de fraternidade e fairplay a toda prova.


Neste sábado 14 Janvier (14 de Janeiro), então, Stephan Peterhansel o vésulien (nascido em Vesoul 300 km ao leste de Paris, perto das fronteiras da Suíça e Alemanha), mais do que Mr. Dakar e grande ex-skatista pode se tornar o 13 Peter! Vencendo a prova pela 13º vez! Bastam meros 64 km de trecho cronometrado, sem desafio algum, e mais 786 km de desfile para aplausos até Buenos Aires e o pódio.


Na 6ª feira foram os últimos 754 km (dos quais 292 cronometrados) realmente desafiadores dessa dura prova de sempre que este ano foi ainda mais dura. O "Branco" #309 de Loeb / Elena foi apenas 18s (ele vinha 2m56 à frente, mas um pneu furado acabou com qualquer chance de recuperação já que larga no curto e último sábado devendo ainda 5m32s para o "Amarelo" #300 de Peterhansel / Cottret, Em 3º na etapa ficou o argentino Terranova no MINI #308, seguido do sul africano De Villiers no Toyota #302, ambos lutando pelo 5º lugar final atrás do Peugeot "Vermelho" #307 de Despres que completa o trio Peugeot na ponta e do espanhol Roma Toyota #305  que mesmo tendo sido apenas 9º na 6ª feira será 4º na geral final.


A categoria motos também já tem definido o pódio com o 1-2-3 da KTM. O inglês Sunderland na #14, o austríaco Walkner na #16 e o espanhol Farres Guell na #8. O nosso Richard Fliter com sua Honda #159 vai terminar em 59º na geral, depois de muitos problemas, mas com muita garra.


Os quadriciclos vão apresentar mais um 1-2-3, desta vez da Yamaha com a vitória do russo Karyakin no #254 seguido pelo chileno Casale no #251 e pelo argentino Copetti no #263.
Entre os caminhões apenas o 1-2 da KAMAZ com o russo Nikolaev #505 chegando à frente do seu compatriota Sotnikov no #513. Atrás deles o 3-4 é da IVECO com o holandês De Rooy no #500 batendo o argentino Villagra no #502.
E na categoria SUV, pela primeira vez o Brasil vence um Dakar. Leandro Torres / Lourival Roldan no Polaris #351 vão correr para o abraço real em Buenos Aires e virtual de todos nós, com 4h41m44s de vantagem sobre sobre a dupla chinesa Fujiang / Wei no Polaris #386 e 6h09m46s sobre a dupla russa Ravil / Shubin no Polaris #378. Mais um 1-2-3 deste Dakar! Mas o que fica mesmo é um parabéns enorme para a nossa dupla Leandro / Lourival que nos presenteou com esse sucesso maior de 2017!!

Veja como ficou a classificação após 11 etapas

domingo, 15 de janeiro de 2017

Dakar 2017 - Etapa 10

Goleada de novo da Peugeot. Coube a Peterhansel no 3008 DKR “Amarelo” vencer depois de ter seu tempo corrigido

1-2-3 na Etapa , 1-2-3-9-10 na geral. A Peugeot toma conta do Dakar 2017

Texto: Carlos Lua
Fotos: Dakar / DPPI


Ainda bem que a fonte francesa de citações de La Rochefoucauld  é infindável! “Nunca somos tão felizes ou tão infelizes como imaginamos” Peterhansel teve uma batida (logo no km 83 da especial) com um motociclista (Simon Marcic KTM #84) que fraturou a perna.
Mas Peterhansel #300 não só parou para ver se podia ajudar como ficou esperando que o socorro chegasse para o esloveno e só então continuou. “Não foi fácil continuar” disse o vencedor do fair play do dia Peterhansel, mas mesmo assim acelerou forte e ao final, tendo o tempo de espera para socorro descontado, venceu a etapa com 7m28 sobre o Peugeot “Branco” #305 de Loeb e 10m01 sobre o Peugeot “Vermelho” #307 de Despres.
O melhor do resto, desta vez, coube à dupla Al Rajhi / Gottschalk no MINI #306 (a 19m03 s). Roma da Toyota #305 foi apenas o 10º (a 38m 57s).
Na calssificação geral, então é Peterhansel de volta à ponta com Loeb em 2º (5m 50s atrás) e Despres em 3º e apenas mais uma etapa a desta 6ª feira para fazer a diferença. Muito pouco para recuperar, é a opinião até mesmo de Loeb. O mais significativo para a Peugeot é que ainda tem mais dois carros entre os 10 primeiros Dumas no DKR 3008 #318 e Al Qassimi no DKR2008 #319 carro do ano passado. Os 4x2 estão absolutos este ano
A dupla brasileira Barros / Capoani no MINI #339 chegou em 30º e manteve e caiu para 20º na geral. Um apena os problemas depois de um começo tão eficiente. Mas já msotraram que têm lugar no Dakar e certamente estarão de volta em 2018.
Nas motos o inglês Sam Sunderland mesmo chegando em 17º manteve a ponta na geral com a sua KTM #14. Outra vitória do espanhol Barreda Bort Honda #11 que agora é 5º na geral. O único brasileiro a prosseguir na prova é Richard Fliter Honda #159 79º na etapa e agora 59º na geral.
Nos SUV continua a dupla brasileira do Polaris #351 (Leandro Torres / Lourival Roldan) apesar da Etapa cheia de percalços (quebraram a suspensão e chegaram em 3º a 2h57m de distância) continua na liderança com 2h45m de vantagem sobre  os novos 2º colocados na classificação geral a dupla russa Ravil/Shubin de Polaris #378 que também é rookie como os brasileiros. Está chegando a hora pessoal, torcida positiva que faltam apenas dois dias!
Na batalha dos caminhões, 1-2-3 da KAMAZ com o #505 de Nikolaev à frente. Na geral em 1º Nikolaev , em 2º KAMAZ #513 de Sotnikov (a 5m05) e em 3º o holandês De Rooy no IVECO #500 (24m17s atrás do primeiro!).
E não posso esquecer dos Quadriciclos onde também é russa a liderança geral com o Yamaha #254 de Karyakyn 21mo5 à frente do Yamaha #251 do chileno Casale que ainda tem um fio de esperança.
Hoje é a última etapa que pode ser considerada verdadeira mesmo (759 km entre SanJuan e Rio Cuarto dos quais 259 cronometrados). No cardápio, nos 50 km iniciais as dunas de San Juan (quem achar as trajetórias certas e souber surfar bem na areia está feito) e depois um trecho estilo Mundial de Rally de Velocidade nos arredores de Córdoba! Palco perfeito para aquela que pode ser a batalha decisiva desse Dakar 2017, mais Dakar do que nunca!
Classificação Geral dos carros depois da etapa da 5ª feira