A busca incessante e incansável por novas oportunidades e maneiras de viver melhor a vida, está diretamente ligada às promessas dos novos horizontes
Texto e fotos: Carlos Lua
São esses novos horizontes que empurram a humanidade para frente, primeiro nos sonhos, depois nas pesquisas, depois na constatação do seu próprio progresso. Apenas para comprovar que os novos horizontes vão se transformando em velhos horizontes e abrindo caminho para mais novos horizontes. É um sem-fim de sucessões.
É uma busca que dura milênios, uma visão de futuro que sucede outra, como estradas que levam a humanidade adiante. As inovações por sua vez, todas elas, são nossos meios de locomoção, liberdade e lirismo.
O que nos leva aos Carros Elétricos, invenção antiga, horizonte nunca realmente alcançado. Até hoje em dia onde parece até que pode ser tocado, tamanha a proximidade. Carros que são a solução para manter o ar puro que vai ficando menos abundante e que tem futuro ameaçador quando, pelos cálculos em 2050, 2/3 da população global será urbana! Carros que ainda têm, porém, um longo caminho a percorrer com o progresso das baterias que ainda são o seu calcanhar de Aquiles. Pesadas, caras, com propensão a esquentar e ainda com uma rede de pontos de recarga que deixa motoristas apreensivos sobre seus destinos imediatos.
Mas nem bem estão estabelecidos os elétricos, eis que o novo horizonte se chama carro autônomo. E com ele entram no campo de jogo empresas que não são tradicionais fabricantes de automóveis, como a Google, por exemplo. A empresa de Mountain View na Califórnia fundou a Waymo (Way Forward in Mobility) que cuida dos seus carros autônomos que já rodaram mais de 5 milhões de quilômetros em testes.
Muita gente já entrou na fase dos sonhos desse novo horizonte e começou as suas projeções A Intel vê até 2050 um mercado de 7 trilhões de dólares. A empresa de pesquisas McKinsey garante que até 2030 os veículos autônomos serão 15% das vendas. E o antigo CEO da Uber garante que sua frota toda será de veículos autônomos também neste mesmo 2030!
Imaginem se todos nós pudéssemos ir para lá e para cá, para o trabalho, para o lazer e para casa de forma fácil e segura? Sem sofrer com motoristas cansados, distraídos ou “calibrados”? Nosso tempo de deslocamento seria gasto fazendo algo produtivo.
Isso se a turma da futurologia dos autônomos for melhor do que aqueles que previam que em 2015, 280.000 caros elétricos estariam rodando nos Estados Unidos (Eram 120 mil apenas). Ou como Carlos Ghosn o respeitado presidente da Renault que em 2011 disse que em 2016 1.6 milhão de Renaults e Nissans estariam nas ruas (contabilizaram somente 320 mil). Ou ainda o ex-Presidente Obama que via 1 milhão de carros elétricos rodando nos Estados Unidos em 2016 (Eram menos de 300 mil).
Isso ainda se a legislação for branda e benevolente para lidar com: a) Definição das responsabilidades legais sobre os eventos provocados pelo veículo; b) Ajuste da legislação de trânsito para tratar os veículos autônomos O se a tecnologia for capaz de c) Desenvolver sensores de maior capacidade de percepção das condições de tráfego, principalmente de pedestres e ciclistas.
Mas o novo horizonte dos Elétricos e Autônomos existe e vai chegar basta que lembremos que só porque uma tecnologia bacana existe não é certeza que vai tomar conta do mercado na velocidade e na escala que imaginamos.
Falta combinar com o mercado primeiro para saber o quanto os produtos vão de encontro com o que a sociedade deseja. Ou que parte dessa Geração Y (os Millenials) está disposta a deixar de ser apenas uma oportunidade empolgante, tirar seus bitcoins da nuvem e fazer suas compras? Afinal quem manda e recebe mais de 3000 mensagens de texto por mês e atende a menos de 100 ligações telefônicas no mesmo período, lê críticas em blogs ou outras mídias sociais (em vez de pedir opinião para amigos e famílias) estará disposto a compartilhar passos decisivos como esse? Acho que um nativo da era digital precisa ainda ser convencido da utilidade do transporte individual ou coletivo. Que seja.
Enquanto nada disso acontece (ou enquanto tudo isso se acomoda) não seria imprudente começar a pensar profundamente na sustentabilidade, na economia verde! Nem que seja simplesmente plantando árvores nas cidades! Para proteger pessoas, preservar o patrimônio visual, trazer conforto térmico, manter controle acústico e melhorar a qualidade do ar. Em cidades como São Paulo, por exemplo, que tem as árvores ocupando apenas 11,7% dos espaços, uma ação chamada Arbolink (@arbolink.com.br no Instagram e no Facebook) se ocupa de fazer com que a árvore certa seja plantada no lugar certo.
Enquanto os Elétricos e Autônomos não vêm todos nós, sonhadores, futurologistas, Millenials ou não, agradecemos.
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