O Chicago Auto Show tem alguma coisa diferente para cada consumidor, na última quarta feira foi o dia das Mulheres. Um dia de programação, de mulheres para mulheres, dedicado a painéis de Marketing, Negócios, Startups e Estratégias Corporativas
Texto: Carlos Lua
Fotos: Chicago Auto Show
As Mulheres e os Carros têm uma relação no mínimo polêmica. Logo no início da era do Automóvel elas ainda foram incluídas como potenciais compradoras da invenção. A relação deturpou quando nos anos 60 até pouco caso começaram a fazer das volantes que nada mais podiam ser do que descuidadas motoristas enluvadas de suas crianças pequenas ou causadoras de acidentes. A coisa degringolou de vez com o uso do apelo sensual, sexista (ou mais) para vender carros ao então predominantemente mundo de compradores masculinos.
Daí para a aparentemente infindável era da “Folhinha de Borracharia” foi um passo curto e fácil, tanto que praticamente toda a cadeia de fabricantes de autopeças aderiu a esse meio de comunicação. Com menos ou mais bom gosto (muito menos do que mais) acabaram estereotipando a relação do sexo feminino com os automóveis e as marcas profundas ainda são visíveis. Nem mesmo ações como a do Calendário Pirelli (sempre revolucionário, deliberadamente provocativo, especialmente elegante e de declarada aspiração intelectual) sempre um dos mais esperados e concorridos acontecimentos do mundo da arte e da moda desde 1964, consegui fazer esquecer a imagem distorcida quanto a realidade atual. Basta ver esse “The Cal” de 2017 que fala da “Nudez da Emoção” e fotografa Nicole Kidman, Julianne Moore, Robin Wright, Uma Thurman, Penélope Cruz, entre outras, todas sem maquiagem ou retoques.
É que hoje em dia os fabricantes estão cientes da influência que as mulheres têm na hora da compra de um veículo. Como mostrou o painel realizado “What Drives Her” (“O que a motiva” em versão livre, já que o trocadilho em português “O que a guia” não funciona bem). Nos Estados Unidos as mulheres controlam 51% da riqueza do país, e são responsáveis por entre 70% e 80% das decisões de gastos no lar, claro que achar uma nova maneira de envolver e honrar esses dados incontestáveis é a chave para o presente e para o futuro. Prova o anúncio com a Serena Williams para o MINI que no ano passado convidava a todos a “Desafiar Rótulos” aqueles que procuram classificar os carros como mais masculinos ou femininos.
Esse ano o Chicago Auto Show a presença de mulheres visitantes chegou a praticamente 50% do público e o número vai continuar crescendo. Claro que achar a linguagem e o tom justo de se comunicar com elas é tarefa primordial, assim como é atentar para os dados de outras pesquisas (61% não falam ao celular enquanto guiam, 53% são mais corteses, etc) que as colocam sempre como o alvo principal para uma nova onda de ações a serem realizadas. Pensando sempre, é claro, em vender mais carros. Porque o dinheiro, esse sim, é unissex!
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