Uma Aventura Gastronômica na Aventura maior do Dakar 2010
Ah! O Dakar! O místico, desafiador e único Rally Dakar.
Ah! O Rally Dakar! Considerado como a última aventura ainda disponível mostrou que viaja bem. Foi capaz de deixar a África onde nasceu e foi criado, para se transferir com armas, bagagens e personalidade para fazer sucesso na América do Sul. Sucesso de público (e põe publico nisso), crítica, mídia e participantes amadores (que sempre foi o seu forte) e profissionais.
Pois então, a textobrás. esteve lá do dia 1º de Janeiro até o dia 18 de janeiro, seguindo de perto a prova em seu cenário esportivo, mas com um pano de fundo da gastronomia essa arte (ou seria ciência?) de saborear e apreciar iguarias. « Par ici messieurs-dames ! Soyez les bienvenues au Chez Bivouac ! »
Bivouac é o substantivo masculino na língua francesa (derivado do alemão, vejam só) que significa: acampamento provisório estabelecido para a reunião de pessoas em movimento como tropas, expedições científicas ou expedições esportivas que é exatamente o nosso caso. Podem procurar que a palavra existe em português e é bivaque. Chez, por sua vez é uma preposição cujo significado exprime a relação “no interior de”, esse interior sendo considerado como a sede de fenômenos típicos, como um restaurante, por exemplo. Chez Bivouac, então, é esse local onde a vida do Rally Dakar, fora das trilhas acontece. Vamos lá.
Não daria para escolher melhor o ambiente do Chez Bivouac. Tanto em variedade como em singularidade. Desertos dos mais distintos tipos, areias das mais diferentes especificações, montanhas, oceanos, distâncias inimagináveis no dia-a-dia normal, vegetações exóticas, plantações sem fim e uma freqüência variada, múltipla, fascinante. O tipo do lugar que continua atraindo mais e mais freqüentadores, mesmo nesses tempos de dúvidas econômicas.
Equipamentos
Uma cidade de perto de 3000 habitantes precisou ser montada e desmontada todos os dias para que esses peregrinos todos, representando mais de 50 nacionalidades, tivessem à sua disposição café da manhã, almoço e jantar durante 24 horas por dia. Assim é que o Chez Bivouac foi um exercício de logística que envolveu 92 funcionários, incluindo um chef internacional, sete chefs argentinos e 12 cozinheiros. Todos transportados em três caravanas diferentes com cinco caminhões precederam a competição para dizer presente de forma precisa, Uma verdadeira arena (muitas vezes funcionando em dois lugares ao mesmo tempo) para que concorrentes, engenheiros, técnicos, jornalistas, patrocinadores fossem atendidos durante 17 dias. E mais, que ainda tivessem direito a uma autêntica parrilla argentina durante o bivaque final em Santa Rosa no dia 15 de janeiro.
Bandejão Caprichado
Saladas, frios, ovos, quiches, couscous, massas, milanesas, frutas, doces, café, leite, água, refrigerante, cerveja e vinho. Bastava passar a bandeja e pronto. Sem pesar ou pagar todos foram tratados de forma igual, atenciosa e quase insistente. As duas estações de serviço garantiram que as filas nunca sofreram congestionamento, o cansaço e a convivência foram os temperos para que não faltasse apetite ou paz na hora das refeições.
Mas como acontece nas melhores sociedades, mesmo naquelas nômades, nem todos querem ou gostam de se alimentar em áreas comuns. As Equipes, então, montam os seus próprios “restaurantes” que variaram do “Exclusivamente-sanduíches-com-os-ingredientes-transportados-nos-isopores-individuais-dependendo-do-tamanho-da-equipe” para o caso da equipe VW, por exemplo, que levou um “caminhão-cozinha-com-cozinheiro-austríaco-criativo-que-servia-seus–pilotos-e-convidados-com-sopas-massas-salsichas-e-toneladas-de-Haribo-que-vocês-podem-ver-na-foto” É a necessidade de manter a equipe funcionando no seu grau máximo de efici6erncia durante o tempo todo. Pelo resultado conseguido pelos Race Touareg pode-se ver que deu tudo certo conforme o planejado.
Cez Bivouac Drive-Tru
Mas e o pessoal que passa o dia nos trechos? Fotógrafos, Cinegrafistas, Equipes de Assistência, Médicos e assim por diante. Como é que fazem longe dos acampaments? Aí é que entra o Chez Bivouac onde todos passavam diariamente para pegar o seu farnel individual e água à vontade. No farnel uma base fixa de: Queijo pasteurizado estilo polenguinho, Enlatado francês com massa e atum ou carne de pato, Barra de gergelim, Caixinha de suco, Saquinho de uva passas, Club Social, Nutellinha, Pêssego em calda e Batata frita. A variação diária ficava por conta dos sabores dos itens. Nunca tão pouco significou tanto para tantos, podem ter certeza.
Lista de Vinhos
Difícil, muito difícil tarefa. Argentina e Chile são dois dos mais importantes produtores de vinho do Mundo. Vinhos de tantas regiões e de tantas uvas, de locais conhecidos ou de altitudes vertiginosas, não importa, cada um deles feito com o mesmo carinho e esmero de quem prepara um veículo para fazer o Rally Dakar. E tal qual nele, Rally Dakar, existem alguns que se sobressaem e outros que ficam pelo caminho, mas não desistem e logo, logo vão aparecer nos resultados.
Gratificações
No Chez Bivouac quem ganha gorjeta é o freqüentador, nós que percorremos os quase 10 mil quilômetros acompanhando a prova. O valor está no espetáculo esportivo onde Motos, Quadriciclos, Carros e Caminhões desfilaram tecnologia, perícia, coragem e “comeram poeira” de verdade.
Nas Motos a KTM imperou e vê chegar ao longe o desafio da Aprilia. Nos Quadriciclos a dobradinha argentina deu fôlego à toda a Nação. Entre os carros a Volkswagen com o seus Race Touareg não deixou lugar para ninguém ocupando o pódio por inteiro. Entre os caminhões os russos Kamaz desfilaram sua superioridade incontestável. Resultados todos que garantem em 2011 ao Chez Bivouac e ao Rally Dakar (aconteça ele na América do Sul, na África ou em qualquer outro lugar que a sua nômade característica exige) a condição maior de atrairem a atenção de mais de 2 bilhões de pessoas espalhados pelos cinco continentes. Bom apetite.
Duas receitas de brinde
E o Chez Bivouac coloca aqui à sua disposição, prezado leitor da textobras., duas receitas que fazem sucesso permanente nas regiões do percurso do Rally Dakar 2010
Argentina – Milanesa com papas Fritas
A Cottoleta Milanesa aparece como citação de que desde o ano de 1134 faria do cardápio na igreja de Santo Ambrósio em Milão. Como receita escrita é bem mais recente e surgiu graças ao Marechal de campo do exérito austríaco Johann Josef Wenzel Anton Franz Karl graf zu Radetzky von Radetz, conhecido gourmet que em 1855 enviou uma carta ao ajudante de campo do Imperador Francisco José com a receita:
Ingredientes
Carne cortada en bifes (patinho, alcatra, mignon) de 2 cm de espessura aproximadamente
3 ovos batidos
farinha de rosca
farinha de trigo
3 dentes de alho amassados ( opcional)
sal e pimenta do reino à gosto
Como preparar
Bata os ovos em um prato fundo
Passe os bifes na seguinte ordem: em farinha de trigo, em ovos batidos e, por último, em farinha de rosca
Frite os bifes em óleo quente na frigideira até que fiquem dourados
Ao retirar da frigideira coloque os bifes em papel absorvente para absorver a óleo em excesso
Na hora de servir esprema algumas gotinhas de limão.
Chile – Ceviche de Corvina
O Ceviche é um prato que imediatamente traz o Peru à mente, mesmo depois de se saber que é comum em toda a América espanhola, desde o México. Mas o Chile insiste em disputar com o Peru a posição de destaque na preparação do quitute. Então, depois de testar o Ceviche chileno desde o sul em Santiago até o norte em Iquique já perto da fronteira do Peru, a revista Cockpit pode dar o veredito que o de Iqueique sai ganhando longe.
Ingredientes
Meio quilo de Filé de Corvina
Meio quilo de vieiras
200 gramas de cebola picada em quadradinhos pequenos
50 gramas de pimentão picado em quadradinhos pequenos também
25 gramas de salsa picada bem fina
200 ml de suco de limão taiti
Muito azeite de oliva chileno
10 gramas de alho bem moído
1 pitada de sal e pimenta
1 pitada de gengibre fresco
Meia pimenta chilena picada
Como preparar
Corte os filés de corvina (crua naturalmente) em pedaços de 2x2 centímetros. Em uma separe a cebola, o pimentão, a salsa, a pimenta chilena e o alho, e adicione o peixe e as vieiras.
Misture todos os ingredientes (com a mão mesmo) e deixe descansar por 10 minutos para uma aromatização geral. Em seguida, misture os condimentos e o suco de limão. Deixe na geladeira e sirva frio.
Textos e Fotos por Carlos Lua, Elaine Freires, Bruno Vicaria e Bodo Kräling
Todos no percurso do Rally Dakar 2010 a bordo da nova Pick Up Amarok da Volkswagen
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