Mais quilômetros, mais horas, mais longo, mais difícil e mais desafiador, o Dakar não para de inovar e surpreender.
Rosario 03 de janeiro de 2014 – A prova épica do automobilismo de Cross Country está de volta à sua largada na Argentina. Argentina, aliás, que é o país que mais incorporou e faz reviver a magia do Dakar na sua forma mais plena. Com entusiasmo, participação maciça da população e uma dedicação quase monástica a viver de perto esta que é a última das aventuras possíveis nos tempos de hoje.
Para viver de perto acompanhe aqui todas as fases do Dakar que acompanha as fases da Lua. Desde hoje com a Lua em quarto crescente e apenas 6% visível, até o dia 18 quando já estará no quarto minguante, mas ainda guardando a força da Lua cheia do dia 16. É só seguir a trajetória:
Dias 5, 6 e 7 Para Quarto Crescente
Dia 8 Quarto Crescente
Dias 9, 1o, 11, 12, 13, 14, 15 Para Lua Cheia
Dia 16 Lua Cheia
Dias 17 e 18 Para Quarto Minguante
Aqui vocês vão ler, diariamente um pouco do que acontece e muito do que representa percorrer 9374 km de distância com 4995 desses km cronometrados. Essas são as distâncias para os Carros, depois mostro as diferenças para as Motos/Quads e para os Caminhões.
Isso mesmo, de Rosário, berço da bandeira Argentina (desenhada por Manuel Belgrano e içada pela primeira vez em 1812) até Valparaíso a Jóia do Pacífico. Da cidade-irmã de Porto Alegre e cidade natal do médico e revolucionário Ernesto “Che”Guevara, do cartunista Roberto Fontanarossa (criador do personagem Inodoro Pereyra), do futebolista Lionel Messi (dispensa apresentações) e da diva do hockey sobre a grama Luciana Aymar até a cidade-irmã de Salvador e escolhida para morar por Pablo Neruda que instalado na sua casa, La Sebastiana na colina Florida, disse de Vaparaíso:
“Que loucura que você é, que porto louco, que cabeça de colinas desgrenhadas, que não terminas nunca de te pentear e nunca tivestes tempo de te vestir. A vida te surpreendeu”
No meio de tudo isso os Andes
O deserto de Atacama e um magnetismo sem fim e tão forte de uma prova que desde 1979 serve de calendário permanente para aventureiros e esportistas de 18 a 72 anos de idade e que este ano tem inscritos: 196 motos, 40 quadriciclos, 148 carros e 70 caminhões. Alguns em busca de superar recordes (como Stephane Petrhansel atrás de sua 12ª vitória – 6 de carro e 5 de moto, Cyril Dèspres atrás de sua 6ª vitória sempre em motos), outros atrás de marcos importantes e muitos apenas satisfeitos por fazer parte da história.
Que tem um domínio total nos resultados são os franceses, basta analisar o número de vitórias entre os carros, por exemplo: 19 da França, 05 da Finlândia, 03 do Japão, 02 da Alemanha e uma cada para África do Sul, Bélgica, Espanha, Qatar e Suécia. Entre as motos os franceses dominam ainda mais o placar com 22, ficando a Itália com 06, a Espanha com 04 e a Bélgica com 02. Já entre os caminhões o placar é totalmente da Rússia com 11, seguida pela República Tcheca com 06, França com 05, Itália com 04, Holanda com 03 e Áustria, Alemanha e Algéria com 01 cada. Na categoria dos Quads foram apenas o5 edições e a Argentina vai dando de lavada 5×1 na República Tcheca.
O Brasil está lá mais uma vez agora com as duplas Guiga Spinelli/Youssef Haddad (Mitsubishi ASX #310) e Reinado Varela/Gustavo Gugelmin(Mitsubishi ASX #336), dois carros de última geração 4×4 a gasolina que podem fazer bonito. Nas motos mais dois representantes Jean Azevedo (Honda #29) e Dario Júlio (Honda #37). Nenhum brasileiro nos Quads e nenhum nos caminhões. Triste ver esses números tão minguados, será que são os reflexos de um ano de Copa do Mundo?
Quem vai fazer a diferença: 4×4 ou 4×2? Diesel ou gasolina?
Entre os carros aumenta o duelo entre os 4×4 e os 4×2 que ganham a todo ano uma pequena vantagem para poder fazer frente aos seus adversários. Assim é que em 2014 os MINI 4×4, motor diesel, já vencedores em 2012 e 2013 voltam com uma armada de nada menos que 11 inscritos capitaneados por Stephane Peterhansel/Michel Cottret (MINI #300) e reforçados por Nasser Al-Attiyah/Lucas Cruz (MINI #301) e até mesmo “El Coyote” o argentino Federico Villagra/Jorge Perez Comanc (MINI #330)
Ainda entre os 4×4 a pick-up Toyota Hilux a gasolina da dupla sul africana/alemã de Giniel De Villiers/Dirk Von Zittewitz (Toyota #302), o SUV Haval GreatWall, motor diesel, dos portugueses Carlos Souza/Miguel ramalho (Haval #306), a pick-up Ford Ranger dos argentinos Lucio Alvarez/Bernardo Graue (Ford #308), o antigo Mitusbishi de fábrica agora conhecido como HRX Ford V8 a gasolina da dupla holando-francesa Bernhard Ten Brinken/Matthieu Bommel (HRX #311) e é claro os brasileiros já citados.
Pela ordem de inscrição (conforme fizemos entre os 4×4) o incansável Robby Gordon, que vendeu os seus Hummers do ano passado para um saudita que se acidentou e não vai participar da prova, com uma releitura que chamou de HST Gordini sempre com mtor V8 a gasolina. Menor que os Hummer do passado e que vai dividir com outro americano Kellon Walch (HSTGordini #305). Ainda dos Estados Unidos outros dois bugies baseados nos do ano passado que eram do Team Qatar. Mais bonitos, mais bem acabados, sempre V8, sempre gasolina e agora levando a marca da Chevrolet. São a dupla americana composta pelo vencedor da Baja 1000 2013 e de um ex-motociclista BJ Badwin/Alexis Quinn Cody (EVR Chevrolet #318) e a dupla francesa do velocíssimo ex-campeão do mundo de ski downhill e de um navegador profissional Guerlain Chicherit/Jean Brucy (EVR Chevorlet #320).
E por último talvez aquela que foi a maior surpresa, a dupla hispano-alemã do campeoníssimo Carlos Sainz/Timo Gottschalk (Buggy SMG #303). Mais um V8 da GM a gasolina em um buggy modelo todo novo e melhorado do ano passado onde venceu etapas (com o Chicherit, por sinal). A SMG do ex-piloto Phillipe Gache parece ser a herdeira da filosofia de Jean-Louis Schlesser, único a vencer o Dakar (não apenas uma, mas duas vezes 1999 e 2000) com um 4×2 e que até mesmo as placas de circulação copiaram do Schlesser, vêem de Monaco!
Amanhã falamos das motos, dos Quads e dos Caminhões
Hoje é dia de ver o tempo passar devagar, devagar para todos os que esperam a largada. Principalmente para quem vai correr que, depois da largada, vão ver como o tempo adquire uma velocidade incontrolável.
Carlos Lua Cintra MauroTel. + 55 11 98282-9388textobras@textobras.com
Fotos: Divulgação.
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