segunda-feira, 13 de março de 2017

REPÓRTER EXPO: Os carros estão ficando cada vez mais impressionantemente inteligentes


V2V (Veículo para Veículo), V2P (Veículo para Pedestre), V2H (Veículo para Casa/Home), V2E (Veículo para Infraestrutura) e V2X (Veículo para Tudo), o futuro chegou para ficar

Texto: Carlos Lua
Fotos: Salon International de l'Auto

Alguns anos atrás os carros começaram a conversar com seus motoristas. Logo em seguida passaram a atender comandos de voz desses mesmos motoristas e com a passagem do tempo e a cada vez maior presença da Eletrônica Embarcada, estão prontos para saltos maiores, até mesmo para se tornarem autônomos.
Agora, evoluindo para a Idade da Comunicação, os veículos passam a se entender com pedestres, com nossas casas, com a Infraestrutura (ruas, avenidas, sinais, estacionamentos, pontos de ônibus, reparos nas vias, acidentes, etc. etc. etc) Sabendo das coisas que acontecem podem informar outros veículos (V2V) e em pouco tempo esse conhecimento, adubando toda a área, vai garantir melhorias para todos, sem necessidade de promessas vãs.


Todos esses V2? (Veículo para o que imaginarmos) tornam, então, os carros entidades permanentemente conectadas e capazes de alertar ou prevenir o motorista de condições perigosas ao redor e assim, potencialmente, administrar os tempos, economizar combustíveis (fósseis ou não), reduzir congestionamentos, evitar acidentes e salvar vidas. É o que já acontece em certa escala com aplicativos como o Uber e o Waze que se valem da comunidade e do volume de informações gerados por uns, em benefício dos outros.
É claro que todas essas oportunidades estão bem assinaladas pelos fabricantes de veículos. Nesse GIS 2017 (Geneva International Motor Show) ficou mais do que claro que o V2X (V2 Tudo!) é um dos setores da indústria automobilística com maior inquietação graças às oportunidades de negócio que traz. Em menos de 5 anos vamos falar disso com a mesma desenvoltura que falamos de Mega, Giga e Terabyte (por favor nada de megas, gigas ou teras, hein?), vamos discutir isso com o mesmo desembaraço que falamos de km/l, ABS ou prosaicos “guarda-trecos”.


O Peugeot Instinct é um conceito que mostra o futuro dos veículos autônomos pelo prisma da montadora francesa. Ele propõe quatro módulos de condução, dois deles para diferentes graus de autonomia e dois para condução digamos “normal”. A finalidade é oferecer um veículo que dê liberdade de escolha. Segundo o próprio Projetista Chefe da Peugeot Gilles Vidal: “É o primeiro projeto de um veículo autônomo que mantem em mente o prazer de dirigir” e continua “É um desafio emocionante produzir um carro autônomo com dois conceitos tão opostos, módulo autônomo e condução ativa, nosso trabalho e fazer os dois conviverem em harmonia sempre mantendo o prazer e as emoções”.


Desenvolvido com a colaboração da Samsung o Peugeot Instinct usa a plataforma Artik Cloud que sincroniza os aparelhos do condutor e faz com que o carro aprenda o estilo de vida do seu condutor e possa pré-configurar os módulos, os bancos, as interfaces a temperatura ambiente, bem como luz e áudio.


Em poucas palavras um carro que fala com você e o compreende.


Já o conceito do Toyota i-TRILé uma resposta para “Como será um veículo para áreas urbanas no ano de 2030?” É uma pergunta recorrente das montadoras em uma época como a de hoje onde autonomia e eletrificação são dois dos assuntos mais discutidos.


Desenhado pelo posto avançado (ED2) da Toyota no sul da França o carro segue as instruções para criar um veículo para três pessoas que pudesse ser uma alternativa viável para o transporte entre A e B no segmento de carros para cidades. Muito avançado como ideia? Não importa ele vai atrás da mesma bisca pela alegria e prazer de dirigir, mesmo em velocidades mais baixas.


Essa abordagem minimalista dos projetistas da Toyota produziu um carro que por suas proporções extremas (3m de comprimento, 1,5 m de altura, bitola dianteira de 1,20m, bitola traseira de 60cm  e apenas 600kg de peso) parece um inseto que com portas abertas ou fechadas mantém seu equilíbrio e fascínio como tantos insetos o fazem.
Mais minimalista ainda é a interface  com o condutor já que o i-Tril não tem controle ou pedais. Quando no módulo “normal” um display traz todas as informações para o motorista que se comunica com a inteligência artificial do veículo via comandos de voz.

Em resumo um carro que fala com você, o compreende e até cria pactos.

quinta-feira, 9 de março de 2017

REPÓRTER EXPO: Engineering & Project Management at Dallara: Direto de Genebra com a participação do maior fabricante de automóveis de competição do Mundo!


Ontem ainda foi dia exclusivo da Imprensa no GIS (Geneva International Motor Show) e o Repórter Expo conversou com Jos Claes, engenheiro belga chefe do Departamento de Engenharia e Gestão de Projetos da Dallara Automobili

Texto: Carlos Lua
Fotos: Salon International de l'Auto

Independente do fato de ser o maior fabricante do mundo de carros de competição (Fórmula MRF, Fórmula 3, GP3, World Series, Super Formula Japão GP2, Formula Indy, Formula E, colaboração com a Haas na F1 e agora os protótipos para a IMSA (que acabaram de vencer as 24 Horas de Daytona na estreia dos Cadillac/Dallara dentro do novo regulamento) e os LMP2 para o WEC. WEC, aliás, onde vão desembarcar em 2018 na LMP1!) a Dallara Automobili também faz projetos e presta serviços para os fabricantes de automóveis em geral. Daí a sua presença anual também no Geneva International Motor Show.


Com sedes na Itália e nos Estados Unidos a Dallara está acostumada a analisar os carros dos pontos de vista não só estético, de desempenho mecânico e aerodinâmico, como também da eficiência e dos processos produtivos. Em conversa com o Jos o Repórter Expo conseguiu dele uma rápida e bem objetiva observação sobre o Salão de 2017 nesse dia exclusivo da Imprensa. Com a palavra Jos Claes:


O GIS (Geneva International Motor Show) É sempre repleto de carros novos, protótipos diversos e projetos intrigantes. Para quem gosta de automóveis como eu é uma verdadeira Disneyworld. A fantasia está sempre presente e é bom ver isso, ver que a criatividade faz definitivamente parte integrante desse nosso negócio. Melhor ainda saber que podemos fazer coisas, existem espaços reais, nem tudo é virtual ainda!


Muito interessante o pequeno carro compacto e desportivo da Renault, o Alpine A110. Atraente e provavelmente muito agradável de dirigir. Mas é um carro de ontem não apenas na sua homenagem. Uma estrutura com uma enorme quantidade de pequenas peças (de alumínio e aço) coladas e rebitadas é um pouco decepcionante de se ver em 2017.


Já um grande sucesso espero ver do belo Range Rover Velar. Modelo repleto de soluções novas e inteligentes e muito convidativo para levar em uma   viagenzinha agora na Primavera de uns 1000km. Se tivesse uma promoção já teria me inscrito. Não e peçam, porém, para comentar carros sem sentido como um Maybach G650 baseado no Mercedes G de 1986.


Já a Alfa Stelvio tem um belo estilo, tudo o que se espera de uma empresa de carros italiana. O lema é esse, o Mercado quer, a Alfa foi lá e fez! É de tirar o chapéu ver que o consumidor ainda é a medida, não só aquela física, mas a aquela da inspiração também!


O enorme Porsche com uma quinta porta é um Panamera Sport Turbo. Tem lá o seu apelo e o seu equilíbrio. Mas o conjunto o coloca cada vez mais longe, muito longe, daquilo que os Porsche sempre foram, de tudo o que sempre representaram.


E então estava lá em outro stand o Pininfarina Fitipaldi EF7 Gran Turismo. Espetacular de se ver, mas eu não tenho ideia se eles querem construí-lo ou não. Por enquanto vale apenas se deleitar com a aparência dele.


Quanto aos nossos carros de corrida vão muito bem obrigado, neste final de semana começam a Formula Indy Lights e a Formula Indy com o grids exclusivos Dallara. Todos na fábrica estão esperando, porém, é a entrada da Dallara em 2018 na LMP1 da WEC. É aí que teremos a oportunidade de medir forças com a concorrência. Um abraço para o Brasil e todos os amigos que tenho aí!

terça-feira, 7 de março de 2017

REPÓRTER EXPO: A 87ª Edição do Geneva International Motor Show, um dos 5 grandes, começa na 5ª feira dia 9 de Março




Mas ontem, dia 6, já anunciou o vencedor do Carro do Ano 2017 e hoje, dia 7, abre as portas para mais de 1000 credenciados da Imprensa que até amanhã, dia 8, têm acesso exclusivo

Texto: Carlos Lua
Fotos: Salon International de l'Auto


Desde que começou em 1905, o Salão de Automóveis de Genebra chega praticamente junto com a Primavera do Hemisfério Norte trazendo as novidades da indústria automotiva mundial. O seu Repórter Expo, que esteve lá pela primeira vez na 37ª Edição em 1967, vai trazer uma série de artigos exclusivos para cobrir a feira deste ano. Vamos nessa?

Em 1967 a cidade suíça tinha 160 mil habitantes e passou pela primeira vez a barreira dos 500 mil visitantes. Hoje com 200 mil habitantes, Genebra se prepara para receber mais de 700 mil pessoas entre os dias 9 e 19 de março. O custo do ingresso é de aproximadamente R$ 50,00 e ainda existem pacotes, que oferecem até mesmo uma noite de hotel, mais a entrada do Salão e o custo do transporte público por trem ou ônibus, por R$ 180,00. Para os habitantes dos países vizinhos (a França, lembrem-se fica a apenas 600 metros do Palexpo aonde se realiza a exposição) ou não (o Aeroporto de Genebra fica literalmente geminado ao Palexpo) uma mão na roda e uma ocasião imperdível para ver o que existe de mais novo na indústria.

Em 1967 as estrelas do Show foram (pelo menos para o Repórter Expo de confessas  origens nas competições) o Matra 530A, (a empresa francesa começava um caminho que a levou a ser campeã do Mundo de F1 em 1969 com Jackie Stewart), Vauxhall Viva versão Brabham (Jack Brabham campeão do Mundo de F1 em 1966), o Toyota GT 2000 (estrela no filme Só se Vive duas vezes de James Bond que estreou em 1967) e os lançamentos da Mercedes 250 SL e do Fiat Dino Coupe. Carro do Ano? O Fiat 124.

Bem, em um avanço rápido de 50 anos, chegamos ao dia de ontem quando o novo Peugeot 3008 foi eleito o carro do ano. Motivos? Estilo Inspirado, Tecnologia Inovativa e uma experiência melhorada de condução. O Peugeot foi votado pelos membros do júri:  58 jornalistas de 22 países  que votaram assim Peugeot 3008: 319 pontos; Alfa Romeo Giulia: 296 pontos Mercedes-Benz E-Class: 197 pontos; Volvo S90/V90: 172 pontos; Citroën C3: 166 pontos Toyota C-HR: 165 pontos e Nissan Micra: 135 pontos O Troféu Carro do Ano foi criado em 1964 pela revista alemã STERN  junto a mais 6 revistas:   Italia (Auto), França (L'Automobile), Espanha (Autopista), Reino Unido (Autocar), Holanda (Autovisie) e Suécia (Vi Bilägare).

E as novidades quais serão? Temos os suspeitos de sempre entre os Super minis da moda, os SUV com fermento, os Hiper carros pouco lógicos, alguns Carros Conceito Duvidosos e algumas atrações promissoras. O Alpine A110 e a Ferrari Superfast.

Os elétricos (apenas 0,7% do vlume de 93.5 milhões de carros produzidos mundialmente) ainda não pegaram como esperado por suas autonomias limitadas, necessidade de encontrar pontos de recarga, preços ainda mais altos, dúvidas sobre a durabilidade das baterias e um contra-ataque  forte da indústria do petróleo (mais barato) e da tecnologia (produzindo motores mais eficientes e menos poluentes) Nada decidido, os próximos rounds vão mostrar e nós aqui do Repórter Expo estamos prontos para manter a todos informados.