quinta-feira, 18 de março de 2010

Race TV - No Mundo do Lua - #2 - De volta aos anos 80




161 anos atrás o jornalista e crítico francês Jean-Baptiste Alphonse Karr cunhou o mais famoso de seus epigramas: “Plus ça change, plus c’est la même chose” (Quanto mais as coisas mudam, mais permanecem iguais) Epigramas são, só para constar como estão definidos pelos dicionários, “pequenas composições poéticas, mordazes ou críticas”, quase provérbios.
O que será que Karr teria para dizer agora que a temporada de 2010 da F1 está começando? Depois de tantas mudanças ela vai continuar igual? Desculpe-me Jean-Baptiste, acho que vai mudar sim, mas não tiro sua razão inteiramente, não já que vai ficar parecida com a F1 dos anos 80. Vai vencer quem for mais inteligente e não apenas quem for o mais rápido.


3 em 1
Nos últimos anos todos os GPs de F1 tinha se tornado em uma sequência de provas distintas, três (algumas vezes duas, outras quatro) mini-GPs de 100km (ou 150km ou 75km) cada um dependendo da estratégia usada. Entre esses mini-GPs de pé no fundo, rápidas paradas para abastecimento e troca de pneus. Longe tinham ficado a capacidade do Piloto e a eficiência do carro no que diz respeito à durabilidade, confiabilidade, estamina e concentração. O regulamento para 2010 mudou isso tudo radicalmente e fez voltar uma situação que ocorreu pela última vez no GP da Austrália de 1993.

Tudo em um tanque só
E agora? Bem, agora existe o componente do peso que vai oscilar em uma faixa muito maior, dando espaço para que diferentes combinações de carros/pilotos tenham desempenhos diferentes. Existe também a história dos pneus cujos desgastes (e isso depende tanto do projeto do carro, quanto do jeito que o Piloto tem de enfrentar freadas, curvas e acelerações) vão penalizar os mais afoitos e ajudar os de pilotagem mais sensível. Uma espécie assim de “Corra Papai, mas não muito.” Também porque o tanque é limitado e se o motor ou o Piloto forem muito beberrões a pane seca vai acontecer.

Inverno longo para nós, curto para as equipes.
Em qualquer manifestação vamos ter sempre os dois extremos. Os torcedores que acham que o inverno sem competições (e com apenas 4 testes que, porém, renderam 35000 milhas de testes – que é a soma de quanto andaram todas as equipes) é longo demais e as Equipes que acham o tempo insuficiente para desenvolver e testar tudo o que aerodinamicamente queriam.


Lendo a bola de cristal
Então já que a referência comparativa entre carros e pilotos é muito escassa, não resta outra alternativa senão a de consultar uma bola de cristal ou algumas cartas para saber do resultado. Como já disse no programa Superpódium da segunda feira que passou minha classificação para o GP do Bahrain fica assim: 1º Alonso, 2º Hamilton, 3º Schumacher, 4º Massa, 5º Vettel, 6º Sutil, 7° Kubica, 8° Barrichello, 9° Buemi e 10° Rosberg que é muito parecida com a dos editores da Revista inglesa Autosport para o Campeonato como um todo: Alonso, Hamilton, Vettel, Massa, Schumacher, Button e Webber. No domingo vamos saber da verdade.


Foto: Ingresso do GP Brasil de 1992 com a foto do Campeão de 1991 Nelson Piquet de Brabham-Ford. Ainda antes dos reabastecimentos que o Nelson inventou junto com o Gordon Murray e introduziu na F1.


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