quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

ESPECIAL DAYTONA: Vitórias apertadas, emoção do começo ao fim, uma chuva para cada um e muitas lições para serem aplicadas

Tudo o que a gente viu e aprendeu na 55ª edição das 24 horas de Daytona no último final de semana

Texto: Carlos Lua
Fotos: Jay Alley /Motorsport.com, Art Fleischmann/Motorsport.com, Chris Jasurek/Epoch Times

40 mudanças na liderança geral, mais de 100 nas lideranças das outras duas categorias mais concorridas (GTLM e GTD), 12 horas de chuva e duas batalhas finais a sete minutos do término que nos deixaram cada vez mais certos do quanto e do porque gostamos desse esporte.


Triunfo final de um dos três Cadillac-Dallara inscritos na prova depois de um toque de Ricky Taylor (no #10) na traseira do Filipe Albuquerque (no #5). A direção de prova achou que a agressividade do americano foi coisa de corrida e confirmou a vitória da equipe que tinha Jeff Gordon entre seus integrantes enquanto o português (companheiro do nosso Christian Fittipaldi que venceu a prova em 2015) continuou considerando a manobra pouco ética.


Os três Cadillac-Dallara DPi (os ¨Bagres¨, olhem bem e vejam como cada um dos carros da categoria principal parecia um peixe diferente) dominaram a prova e entre eles lideraram 610 das 659 voltas disputadas, mostrando que tinham o melhor acerto aerodinâmico que fazia com que sempre dessem uma volta a mais do que os concorrentes com o mesmo volume de combustível nos tanques. Ficaram também com as três melhores voltas da prova e só na pista molhada é que deixaram que os outros chegassem mais peto


Como o único Gibson-Riley (a “Carpa” da DP/LMP2 que é a versão que pode correr no mundo todo, não a DPi que corre só nos Estados Unidos) que liderou 39 voltas e terminou em 3º uma volata atrás, apesar de dever pelo menos uns 15km/h de velocidade final nas retas por causa de uma excessiva pressão aerodinâmica na parte da frente do carro que ajudou apenas na hora da chuva. Ficou apenas com a 8ª melhor volta da prova para comprovar tudo isso.


Em 4º na geral e devendo três voltas o Nissan-Ligier (o “Baiacú” da DPi) com o nosso Pipo Derani (vencedor de 2016) a bordo que liderou 10 voltas, fez a 5ª melhor volta da prova e ainda não se mostrou tão eficiente.


Os demais da categoria principal (eram 12 no total, 7 da DPi e 5 da DP/LMP2) ficaram apenas em 13º (os favoritos “Robalos” dos pré-testes) com problemas nos sistema Fly by Wire e pouca pressão aerodinâmica e com a 4ª melhor volta da prova. O primo “Baiacú” Gibson-Ligier dos Nissan ficou em 35º e a 10ª melhor volta das 24 horas. Em último os dois Mazda-Riley (primos da “Carpa”) que sofreram muito com até mesmo um motor explodido que levaram para casa apenas a 40ª e 46ª colocação final e as duas mais lentas voltas da categoria em 11º e 12º.


Na categoria GTLM a disputa sensacional entre os 4 Ford GT (que completavam um ano de pista e já vinham com uma vitória nas 24 Horas de Le Mans), os 2 Corvette C7.R, os 2 Porsche 911 RSR (estreando o motor centralizado), os 2 BMW e a solitária Ferrari 488 GTE.


No final os oito primeiros colocados na mesma volta (devendo apenas 7 voltas para o primeiro colocado na geral) em 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10º e 11º na geral com menos de 7 segundos de diferença a separar o 1º do 7º depois de 24 horas. Inacreditável, espetacular, show mesmo! Sem contar que ainda teve a BMW MG GTLM que ficou em 12º uma volta atrás dos líderes da categoria. No final vitória Ford com 2.988s de vantagem sobre o Porsche que por sua vez bateu a Ferrari por meros 0.091s. Se tivesse sido inventado não teria ficado melhor. A ajudar os carros da GTLM ainda vieram os pneus Michelin que inclusive deram a eles a oportunidade de brilhar na chuva fazendo tempos iguais aos dos protótipos.


No quesito Voltas Mais Rápidas na GTLM o quadro ficou assim: Ford 15ª, 17ª , 18ª e 19ª  voltas mais rápidas da prova. Ferrari: 20ª, Porsche; 21ª e Corvette: 22ª. O equilíbrio muito maior mostrou que o BoP (Balance of Power) está bem equilibrado. Mostrou ainda que na chuva os pneus Michelin (única categoria a usar esta marca) continuam fazendo a diferença.


Por último, mas não menos emocionante, a categoria GTD, a mais numerosa que largou com 27 carros. 7 Lamborghini Huracán GT3, 5 Porsche 911 GT3R, 3 Audi R8 LMS Gt3, 3 Mercedes AMG GT3, 2 Ferrai 488 GT3, os estreantes (2 Acura NSX GT3, 2 Lexus RCF GT3) um BMW M6 GT3 e um Aston Martin Vantage.


Na bandeirada final os 5 primeiros colocados na mesma volta (devendo 25 voltas para o 1º na classificação geral e 18 para os GTLM) com: 1º Porsche, 0.293s à frente do 2º colocado Audi,  5.5s à frente do 3º  colocado Mercedes, 5.7s à frente do 4º colocado Audi e 8.2s adiante do Acura.


Olhando as Voltas Mais Rápidas da GTD tivemos: Ferrari com a 29ª VMR na geral, Porsche com a 30ª, Lamborghini com a 32ª, Aston Martin com a 33ª, Audi com a 34ª, BMW com a 37ª, Mercedes com a 38ª, Acura com a 44ª e Lexus com a 46ª. O BoP por aqui também funcionou bastante bem, com os estreantes ainda ficando a dever um pouco.


Tudo isso somado e mais a transmissão direta da prova na íntegra pelo site da categoria (TV com 5 visões de câmera para escolher, entrevistas direto dos boxes) formaram o conjunto de uma prova inesquecível. Um marco que vai ocupar espaço até o próximo dia 15 de março que é quando começa a 66ª edição das 12 Horas de Sebring. Vem mais emoção garantida por aí, em um palco muito diferente e nós vamos ficando atento por aqui para contar tudo para vocês.

Classificação Final

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